A tecnologia mudou a forma como lĂ­deres e liderados interagem?

por Cris BrandĂŁo*

Você já parou para pensar como, quando e o quê fala com seus subordinados no dia a dia da empresa em que trabalha?

A evolução da tecnologia e dos meios de comunicação mudou a forma de relacionamento entre líderes e liderados. Fazemos uma chamada de voz só quando realmente o assunto chegou ao extremo e, sendo assim, mensagens de texto e áudio já não trarão a solução para o problema.

O que diz a legislação?

Costumeiramente tratamos assuntos diversos pelo WhatsApp, Messenger e outras mídias, sem saber ao certo se o conteúdo que estamos compartilhando nessas trocas pode ser tratado de determinada maneira. O fato é que todas essas informações que trocamos na web, por meios digitais, hoje podem ser usadas como provas para futuras ações trabalhistas. A legislação brasileira já considera esses meios de comunicação como oficiais, e há alguns anos os utiliza nos processos trabalhistas que envolvem comportamento coercitivo e constrangimento moral dos encarregados para com seus subordinados.

Cansei de ver colegas receberem mensagens de seus chefes em horários inapropriados, de ver gerentes cobrarem resultados pelo WhatsApp, além de respostas para assuntos de extrema importância ser enviadas por e-mail. Não que o e-mail não seja um meio comum e que oficialize qualquer negociação, mas, dependendo do que estiver sendo negociado, o ideal é que seja tratado presencialmente e, com testemunhas.

Existe risco?

O que ocorre é que, caso o liderado seja dispensado e não concorde com a dispensa, imediatamente ele poderá - aconselhado ou não por um advogado - reunir todas essas trocas de e-mails, mensagens e “sinais de fumaça” para dizer que era explorado, que ficava à disposição da empresa 24 horas por dia, incluindo finais de semana, e que o chefe era um grosseiro e o humilhava com frequência. Ele facilmente fará o resgate de todos esses arquivos e os mesmos serão reconhecidos por qualquer juiz, de qualquer instância.

Grande parte dos conflitos trabalhistas, discutidos hoje na Justiça do Trabalho, pode ser evitada, preservando a imagem da empresa e do próprio líder, que muitas vezes age sem o conhecimento básico das normas que regem a sua relação com o subordinado.

Portanto, recomenda-se para qualquer líder, o conhecimento da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), a fim de que ele saiba como evitar as ações provocadoras de contestação entre as partes.

Na hora de enviar uma mensagem ou escrever um e-mail para um liderado, reflita se o conteúdo e a forma estão adequados ao meio, pois “tudo o que digitares hoje, amanhã poderá ser usado contra você no tribunal”.

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*Cris Brandão é sócia da Miolo Birô, graduada em administração pela PUC – Minas, tem especialização em Gestão de Marketing, pela Fundação Dom Cabral e Gestão de Telecomunicações, pelo IBMEC.