Entrevista online: os 7 pecados capitais

Recentemente nós realizamos o primeiro Miolo Webtalks com tema “Luz, Câmera, Contratação", onde tratamos sobre as dinâmicas da interação profissional por vídeo e como dominar essa ferramenta com recursos e técnicas simples que to-dos têm à disposição.

Vinícius Dônola, Jornalista e Consultor de Comunicação, foi um dos nossos convidados e enriqueceu muito o nosso bate-papo com dicas práticas de media training com foco exclusivo para atuação em entrevistas online.

Um dos maiores destaques da sua fala ocorreu quando Dônola apresentou os 7 pecados capitais cometidos em processos seletivos virtuais e que causam impacto muito negativo para os recrutadores. A repercussão positiva destes tópicos foi tão grande, que nós decidimos elaborar este material onde apresentamos textualmente cada um dos pecados citados pelo nosso convidado e presentear você com esse conteúdo valioso.

Reconhecendo esses problemas e seguindo as dicas para não cometer nenhum destes equívocos em uma eventual entrevista online, você já partirá na frente de muitos candidatos.

1. Falta ou não domínio de um roteiro

O roteiro é um item fundamental para todo profissional que lida com câmeras em seu cotidiano. Jornalistas, atores, apresentadores, youtubers e muitos artistas já possuem o hábito de trabalhar suas performances em cima de um material planejado e escrito de maneira que garanta a melhor forma de transmitir a mensagem em questão. Evidentemente, um candidato que participará de uma entrevista online não precisa dominar técnicas profissionais para produzir um roteiro, mas aqueles que conseguem estruturar sua apresentação de maneira básica, porém concisa, largarão muito a frente daqueles que não pensem dessa forma. Estruture um roteiro priorizando as informações mais importantes para que o recrutador possa conhecer o seu potencial nos primeiros segundos da fala. Comece se apresentando e fale das suas especialidades e dos feitos mais importantes e recentes da sua carreira. Depois disso, fale sobre o motivo do seu interesse pela vaga, demonstrando algum conhecimento da empresa. Escreva um texto breve e estude bastante antes da entrevista para ter a ideia central bem estabelecida. E o mais importante: não leia o roteiro na frente do recrutador. Se prepare com antecedência, escreva o breve roteiro, leia, estude, memorize e impressione na frente da câmera.

2. Erro na disposição das informações

Como mencionado no tópico anterior, é necessário que seu roteiro foque nas informações mais importantes para o recrutador. Lembre-se de que não é necessário estabelecer uma lógica “curricular”, na qual você conduz a sua fala de maneira a apresentar suas experiências cronologicamente. Isso já foi visto no seu currículo antes da entrevista. Não se preocupe com detalhes ou informações de experiências muito antigas que não tenham muita relevância para a vaga em disputa. Disponha as informações de modo que fique claro para o recrutador quem você é como profissional, focando nas suas especialidades, realizações e objetivos de carreira, deixando claro que conquistar a vaga em questão será um importante passo na sua jornada. Faça isso demonstrando conhecimento sobre a empresa e certamente sua desenvoltura causará boa impressão no recrutador.

3. Não citação de fontes

É comum que em uma entrevista, seja presencial ou online, o recrutador conduza a conversa para assuntos que tenham alguma relação com a atividade principal da empresa, por isso é importante realizar pesquisas para entender melhor seu mercado de atuação, quais as principais empresas do setor, concorrentes, etc. Ao realizar esse tipo de pesquisa você pode se deparar com dados interessantes e com potencial de enriquecer sua performance nas respostas, no entanto lembre-se sempre de anotar as fontes e citá-las quando houver menções ao assunto. Isso parece um pequeno detalhe, mas denotará uma profunda responsabilidade com a in-formação, além do fato de que demonstrar tamanho cuidado e preocupação para estudar o cenário onde a empresa está inserida causará uma ótima impressão.

4. Escolha de um ambiente cheio de ruídos

Ao nos prepararmos para uma entrevista online, naturalmente pensaremos no local onde faremos a vídeo chamada. Muitos têm algum espaço na casa que funcione como um escritório, outros precisam pensar em formas de adaptar cômodos para este objetivo, no entanto é muito comum que se esqueça de algo primordial: o barulho. Vivendo nas grandes cidades já nos acostumamos com ruídos que duram praticamente o dia inteiro, mas é preciso considerar como isso pode atrapalhar uma entrevista online. Para realizar a vídeo chamada, procure o local mais silencioso da casa e busque adaptá-lo de forma que você se acomode confortavelmente. Um cantinho com luz adequada, uma boa cadeira e um lugar para deixar seu telefone ou notebook são o suficiente. Lembre-se sempre de que a qualidade do áudio é uma das formas de garantir que a mensagem seja bem transmitida em uma entre-vista online e, por mais básico que isso pareça, um ambiente sem ruídos pode tornar a experiência da vídeo chamada muito mais agradável para ambas as partes.

5. Conexão de internet lenta ou instável

Certamente este é um dos maiores vilões das entrevistas online. Conexões lentas, chamadas travando, vídeos interrompidos, cortes no áudio e coisas do tipo tornam a experiência extremamente negativa para o recrutador e isso muito dificilmente será dissociado da sua performance. Infelizmente essa é uma realidade que se estabeleceu durante a pandemia e demonstra ser uma tendência que veio para ficar nos processos seletivos, portanto, quando o profissional estiver em processo de recolocação no mercado é muito importante considerar esse fator na preparação para as entrevistas.
Fique muito atento à qualidade da conexão local da sua casa quando for participar de uma entrevista online. Caso haja instabilidade no sinal, verifique se internet do seu celular pode suprir essa demanda, visto que atualmente muitos pacotes de telefonia móvel entregam uma qualidade de conexão 4G melhor que as distribuí-das nas casas. Caso não tenha nenhuma das opções esteja em bom funcionamento, é melhor buscar uma opção externa como a casa de algum amigo ou parente, ou até mesmo uma cafeteria ou espaço de cooworking que disponibilizem Wi-Fi, sempre priorizando locais com pouco ruído, conforme falamos no tópico anterior.

6. Desleixo com dresscode

Parece algo muito óbvio, mas é necessário sempre retornar a este ponto: uma entrevista profissional não perde suas características de formalidade e seriedade por você estar participando de casa. Vista-se adequadamente para a ocasião. Evidentemente que, de acordo com a característica de cada empresa ou cargo, haverá variações no estilo, mas é muito importante não relaxar e achar que estar em casa fará com que os recrutadores reduzam seus critérios de avaliação ao se deparar com uma apresentação inadequada. A maneira como você se veste é um dos componentes mais importantes de todo o cenário de uma entrevista online. Considere que o recorte do enquadramento da sua câmera fará com que o foco do entrevistador esteja constantemente em você e qualquer incômodo com a sua roupa será transmitido para a avaliação da sua performance.

7. Vacilos com a câmera e microfone abertos

Preste muita atenção nas ferramentas de transmissão que você utiliza para re-alizar as vídeo chamadas do processo seletivo online. Ferramentas com o Zoom, Microsoft Teams e Google Meetings têm opções para desativar o áudio e o vídeo ao longo da reunião justamente para evitar que ocorram problemas neste sentido. Se até mesmo os profissionais das maiores emissoras de TV cometem gafes e erros grosseiros nesse sentido, imagina o que profissionais que não têm nenhuma familiaridade com o vídeo podem fazer? Falas comprometedoras, imagens íntimas e diálogos desagradáveis podem chegar aos olhos e ouvidos do recrutador em pequenos deslizes que podem compro-meter toda sua imagem perante a empresa e arruinar suas chances de contratação. Fique atento a esses detalhes para garantir que só aquilo que você deseja seja transmitido durante a entrevista online.

Na próxima vez que você participar de uma entrevista online, lembre-se de cada um desses erros comuns e concentre-se nas técnicas para evitá-los. Desta forma você se destacará muito positivamente e suas chances de contratação tendem a aumentar. E caso queira assistir ao “Luz, Câmera, Contratação" na íntegra, basta clicar aqui!


Os 7 maiores desafios das áreas de T&D das empresas

Para existir de maneira saudável, uma empresa precisa ter clientes satisfeitos que consumam seus produtos ou serviços e, além disso, compartilhem com outros sua satisfação. Isso garante ao negócio a pulverização natural no mercado.

Mas para ter clientes felizes é necessário produzir com qualidade e atingir as expectativas, os desejos e as necessidades do consumidor. E é aí que entra a área de T&D, porque só é possível ter pessoas qualificadas produzindo, investindo na preparação delas através de treinamento e capacitação.

Diante disso, a pergunta que surge é: quais são os atuais desafios das áreas de T&D? Veja abaixo 7 deles.

1. Fazer mais, com menos

Esse é praticamente um mantra que temos ouvido em todas as empresas. Em parte por conta das restrições de orçamento que surgiram em decorrência do momento econômico e em parte pela necessidade de utilização mais inteligente dos recursos financeiros.

De uma forma ou de outra, fazer mais com menos é uma necessidade real, uma vez que a área de Treinamento e Desenvolvimento colabora diretamente para a sustentabilidade do negócio. Para isso, as equipes de T&D contam com o apoio de parceiros internos e fornecedores para atingir o objetivo de capacitar as equipes com menor custo, maior ganho (de aprendizagem e de retorno para o negócio) e, sempre que possível, em menor tempo.

2. Capacitação de colaboradores sem interferir na produtividade e com o apoio das lideranças

Antes de qualquer coisa, precisamos deixar claro que a área de T&D existe, entre outras funções, para auxiliar na melhoria  da qualidade das atividades realizadas e no aumento da produtividade das equipes.

O tempo dedicado a aprender sobre uma nova ferramenta ou técnica ou sobre um novo processo é um tempo ganho e não um tempo gasto. O desafio aqui está na aproximação das lideranças na organização e aplicação das ações de desenvolvimento para que os treinamentos não sejam entendidos como interferência na produtividade.

Uma saída eficiente está em pautar os programas de capacitação em aprendizagens práticas que tenham, ao final, algum tipo de retorno ou resultado que já atenda à uma ou mais necessidades da empresa. Assim, os colaboradores aprendem enquanto estão produzindo e produzem o próprio objeto da aprendizagem.

3. Desenvolvimento de competências e habilidades dos colaboradores

Em T&D ouvimos falar constantemente da necessidade de desenvolvermos as competências pessoais, técnicas, comportamentais e de negócio dos colaboradores. Mas, o maior desafio quase sempre é o de definir tais competências ou mesmo o de mantê-las atualizadas quando temos um mercado em constante transformação.

Além disso, o constante desafio financeiro nos leva a ter que decidir por prioridades e, por isso, muitas competências não são podem ser, efetivamente trabalhadas. O que fazer? Muitas vezes a saída está em desenvolver as habilidades, melhorando o que cada colaborador ou área sabe fazer de melhor, aproveitando a ocasião para reconhecer talentos, planejar movimentações e entender qual a melhor forma de aproximar as pessoas aos objetivos de negócio das empresas.

4. Motivação das equipes

Sem dúvida um dos maiores desafios de T&D nas empresas hoje é o de produzir uma grande injeção de ânimo e motivação dentro de um cenário de desmobilização. Empresas fechando, pessoas sendo demitidas, áreas sendo reduzidas. Mas, ao contrário do que se possa imaginar, o trabalho não diminui, pois as demandas internas continuam as mesmas ou, muitas vezes, aumentam.

Para quem permanece no quadro das empresas, significa que esse é o momento de aprender novas funções, novas atividades. É hora de se reinventar. Para isso, precisamos, como profissionais de T&D, estar atentos às necessidades da empresa, mas também sensíveis para compreender a necessidade de injetar ânimo em quem fica.

Ações de coaching sistêmico, voltadas para o desenvolvimento pessoal e profissional podem e devem ser utilizadas nesse momento para ajudar no estabelecimento de novos laços dos profissionais com o trabalho.

5. Engajamento dos colaboradores com os resultados esperados

Alinhar as equipes com as metas empresariais. Talvez essa seja a necessidade número 1 de toda a empresa, Mas, como atingir esse objetivo?

Para além dos treinamentos e capacitações, as áreas de T&D também devem pensar na melhor forma de comunicar as estratégias corporativas às equipes, entregando informação e, sempre que necessário, qualificação para garantir que as equipes estejam preparadas tecnicamente para atingir as metas previstas.

Fazer com que todos olhem para o mesmo objetivo e desejem atingi-lo não é tarefa fácil, mas pode ser realizada por meio de ações de engajamento das áreas com seus resultados. Soluções que envolvem cooperação entre as áreas de T&D, marketing (em alguns casos) e comunicação costumam ser as mais eficientes nesses casos.

6. Gestão do conhecimento

Como garantir que todo o conhecimento(seja ele tácito ou explícito) produzido dentro da empresa, permaneça na empresa?

Muitas ações realizadas nas empresas ocorrem de forma natural, a partir de conhecimentos que giram ao redor das atividades, mas que muitas vezes não são documentados. Em outras palavras, se as pessoas que detêm esse conhecimento saírem da instituição sem repassar todo esse conhecimento, existe o perigo de valiosas informações serem perdidas.

Gerar uma gestão eficiente do conhecimento é um desafio enorme, uma vez que as práticas, processos e métodos são vivos (mudam constantemente) e devem ser organizadas de modo que nada seja perdido e se mantenha atualizado.

Para auxiliar nesse processo, as áreas de T&D utilizam diferentes ferramentas. Dentre elas, os mapas de conhecimento, as trilhas de formação e os Leraning Management System (LMS) para criação, síntese e distribuição do conhecimento de forma ampla, organizada e simultânea.

Atuar sobre a gestão do conhecimento pode ser a melhor saída para a melhoria dos processos e constante atualização das equipes.

7. Retenção de talentos

Como fazer com que os seus colaboradores mais importantes não caiam nas mãos da concorrência? Além da valorização financeira você pode investir na valorização profissional por meio de ações de qualificação.

A ideia é simples: um profissional consciente da sua importância se sente ainda mais valorizado quando percebe que os conhecimentos adquiridos nas ações de capacitação são relevantes para a sua carreira. Além de se sentir mais capaz para realizar as tarefas sob sua responsabilidade e poder dar retorno direto para o negócio, o colaborador entende que há um interesse da empresa em investir nele.

Para isso, as ações de capacitação devem sempre prever elementos que agreguem valor direto ao currículo dos profissionais. Seja através dos conteúdos, das práticas ou mesmo das certificações geradas ao término dos cursos.

Do que a sua empresa está precisando? Fale com a gente: contato@miolobiro.com.br.